Que Quentin Tarantino é um dos cineastas mais brilhantes de todos os tempos disso ninguém duvida. E que ele revolucionou a trilha sonora dos filmes também. Então, porque não unir o útil ao agradável e curtir tudo isso aqui no blog?
Quero agradecer ao Daniel Corrêa do site Ovo de Fantasma por autorizar a postagem desta matéria, originalmente publicada no Tenho Mais Discos Que Amigos e assim, os leitores entrarem um pouco mais nesse universo do cinema e música, algo que falamos por aqui sempre.
Vamos ao que interessa? Este especial vai ser dividido em duas partes, sobre as trilhas de Quentin Tarantino. É de conhecimento de todos que estreou no último dia 18 "Django Livre", seu novo e elogiado filme. E, assim como "Bastardos Inglórios", a história é redimida por um negro em uma jornada de vingança e ultraviolência pelos EUA, na época da escravidão.
A estilização da violência, principalmente casos de vingança, os diálogos ácidos e uma trilha sonora caprichada são as marcar registradas do diretor, um apaixonado por cinema que desde o começo dos anos 90 surpreende o mundo com seus filmes.
Então, acomode-se em sua cadeira e veja os primeiros:
Cães de Aluguel
Em 1992, um grupo de assaltantes que tenta descobrir o traidor no grupo saiu da mente de um ex-atendente de locadora para a tela do cinema. "Cães de Aluguel" é um filme em movimento, seguindo o rumo daqueles homens com nomes de cores e ternos antes e depois do assalto, com uma aura de mistério e suspense que remetia aos filmes policiais do fim dos anos 70 e aos de gangsters clássicos dos anos 50.
E Tarantino trouxe essa aura no som. Usando um programa de rádio fictício, o "K-Billy's Super Sound of the 70's", com músicas dessa década que remetiam à décadas anteriores, o que funcionou como um "contraste fantástico às ações presentes nas cenas", segundo o próprio cineasta. O exemplo mais fantástico é a cena de tortura onde toca "Stuck In The Middle With You", de Stealers Wheel.
Pulp Fiction
Um marco dos anos 90 e uma pequena obra-prima, "Pulp Fiction" reúne todas as características citadas acima, só que em um nível muito surreal. A trama completamente não-linear sobre o crime em diversos escalões, com momentos para se chocar com a violência e momentos para rir de frases antológicas.
A trilha explode em vários momentos, como se ela mesmo fosse um personagem. E vale o destaque para a música grega "Misirlou", na versão do Dick Dale, "Son Of A Preacher Man"de Dusty Springfield, além de "Girl You'll Be A Woman Soon", de Neil Diamond, interpretada por Urge Overkill.
Jackie Brown
Uma adaptação literária e o mais fraco filme de Tarantino. Mas o ponto alto está exatamente na trilha sonora: a personalidade dos personagens está intimamente ligada à escolha das canções. Elas criam uma background que deixa as atuações mais fluídas, mesmo com o roteiro não sendo essa maravilha.
Destaque para a viagem na música americana do soul até Johnny Cash.
Kill Bill Vol. 1
"Kill Bill" é uma saga de gênero, na verdade, multigêneros: a jornada da noiva Beatrix Kiddo para matar o tal do Bill, passa do western aos filmes de arte marciais até animação.
Usando filmes B como referência, Tarantino escavou pérolas fantásticas de artista tidos como breguíssimos, como a Nancy Sinatra. O resultado é espetacular.
Gostou? Então continue acompanhando o blog para saber o resto da história.
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