Mais uma novidade este ano para os leitores do Aumenta. Convidamos alguns amigos que assim como nós, são amantes de boa música e pedimos para eles elegerem os 10 melhores discos de 2014.
Pra começar a lista em alto estilo, nosso amigo de longa data e colaborador esporádico do Aumenta Nelson Jr. Nelsinho como é chamado pelos amigos é jornalista, já foi colaborador do site Collector's Room e é profundo conhecedor, estudioso e amante da música, seja ela nacional ou internacional. A lista do cara ficou assim, curte aí:
ruído/mm - Rasura
O som instrumental feito pelos curitibanos do ruído/mm (lê-se ruídopormilímetro) é difícil de classificar. Mais difícil ainda é não se rendera esse disco, um caldo que tem jazz, post rock, e até uma pitadinha de baião em "Inconstantina", sua melhor faixa, tudo feito basicamente com o naipe de instrumentos de uma banda de rock.
É uma viagem completa, de encher a música paranaense de orgulho.
Temples - Sun Structures
Esses ingleses soltaram sua estreia este ano mostrando que não estão de brincadeira. O som do Temples seria a tontura gerada por uma trombada entre o Flaming Lips e o The Kinks. Dançante, pop, eletrificado e psicodélico. Sun Structrures é tudo isso muito bem executado e gravado.
Jack White - Lazaretto
"Lazaretto" é Jack White sendo Jack White. Ou seja, todo mundo sabe mais ou menos como começa e fica assistindo pra ver onde vai terminar. Mais uma vez o resultado é de embasbacar. Em resumo, Lazaretto traz o mesmo blues rock experimental de "Blunderbuss", seu primeiro disco solo, só um pouquinho mais pé no chão. Ainda assim, genial.
Far From Alaska - ModeHuman
Em Natal, Rio Grande do Norte, surgiu uma das bandas mais interessantes da atual cena roqueira do Brasil. O som do Far From Alaska é poderoso, cheio, de ouvir no último volume e enlouquecer (ou alegrar) a vizinhança. A banda é competentíssima no braço e na caneta, compondo ótimas canções como "Deadman" e "Thievery". ModeHuman é uma coleção de porradas. A vocalista, Emmily Barreto, é um dos destaques. Canta rasgado, como quem mandou a inocência pras cucuias de uma vez só.
Thiago Pethit - Rock'n'Roll Sugar Darling
Um respiro de malandragem. Lembra quando o rock era uma afronta à moral e aos bons costumes, e as jaquetas de couro aguçavam a libido da molecada? Pois é. Pethit usou boas doses de sacanagem sonora para criar esse grande disco.
Weezer - Everything Will Be Alright In The End
Depois de um período de chatice o Weezer voltou a fazer o que sabe: Rock, pronto. "Everything..." vem recheado de boas e dinâmicas canções, além de um ótimo single, "Back To The Shack". Só merecia uma capa melhorzinha.
Foo Fighters - Sonic Highways
Uma jornada pelos Estados Unidos, absorvendo a história da música do país, gravando canções em oito cidades diferentes com convidados locais. Tudo registrado em áudio e vídeo. Resultado? Um documentário e mais um disco do Foo Figthers, com canções eficazes, guitarras e Dave Grohl gritantes como de costume.
A promessa de fazer um monumento à música americana termina na propaganda, pois sem ler os créditos do encarte, por exemple, fica difícil saber quem são os convidados especiais de cada canção.
Um embuste, portanto? De jeito nenhum. O disco é super legal, quando ouvido sem compromisso.
Cachorro Grande - Costa do Marfim
A rebeldia da Cachorro Grande nunca me convenceu. Quem sabe seja por isso que seu disco mais maluco chamou tanto minha atenção. Aqui a banda é outra, eletronificada, mais detalhista, com músicas mais longas e psicodélicas. Muita gente torceu o nariz, mas a gurizada soube mudar de direção muito bem. Entra na lista como a melhor ousadia de 2014.
Morrissey - World Peace Is None Of Your Business
Morrissey diz: "Não complica, senta aí e esquece a geopolítica. Vamos tomar um café e ouvir essa música legal?" E o ouvinte faz isso mesmo.
Pink Floyd - The Endless River
Não é pela música.Nem dá pra chamar "Endless River" de disco, visto que é cheio de sobras e colagens de "Division Bell", de 1994, e poderia bem ser material extra de uma edição especial de relançamento.
Mas a bela homenagem a Richard Wright, um relevantíssimo integrante do Pink Floyd, relegado à reserva por gente pouco informada, não poderia ficar de fora. Um final digno para uma das maiores bandas de todos os tempos.
Gostou? E ainda vem muito mais por aí.
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