Em meio século, o Rock N' Roll evoluiu em diferentes formas e sons, em muitas misturas pesadas e vários sub-gêneros. Hoje em dia muitos consideram que a música chegou ao ponto em que não há mais nada para inventar. É neste momento que os músicos não se esforçam para evoluir ou reinventar a roda, mas para trazer o som que uma vez dominou as estações de rádio e toca-discos em todo o mundo. Nestas circunstâncias a sorte de muitas bandas de garagem que nadam contra a corrente, cujo som não evoluiu mas manteve o espírito dos anos 60 e 70 está viva. E o Admiral Sir Cloudesley Shovell é, sem dúvida, um grande representante deste movimento.
Don't Hear It... Fear It! é uma mistura de progressivo e garage rock com fortes influências de Black Sabbath, Budgie, Dust, Sir Lord Baltimore, Buffalo, MC5 e muita outras bandas da New Wave Of British Heavy Metal. A banda foi formada em 2008 por Bill Darlington (Bateria), Louis Comfort-Wiggett (baixo) e Johnny Gorilla (Guitarra e Vocais). O álbum pega perfeitamente aquele sentimento de meados dos anos 60: desde o começo tem-se a impressão de que a gente está ouvindo vinil em uma sala pequena, escura, cujo disco o seu pai tinha comprado durante uma viagem em algum lugar no exterior.
O álbum é muito diversificado, e varia do Rock N' Roll para incríveis solos de técnicos na veia dos campeões de metal progressivo. Logo de início, "Mark Of The Beast", começa com uma introdução psicodélica e dai pra frente, torna-se um rock cheio de riffs. Os vocais distorcidos, as guitarras estrondosas e galopante baixo ditam a sequência. O Black Sabbath tem forte influência em "Devils Island", desacelerando o ritmo pra depois "iDeath", ao melhor estilo Budgie, encher a sala com raiva crua, principalmente até o final da faixa. Há um monte de riffs pesados, pré-NWOBHM como "Killer Kane" ou "The Last Run", que poderia estar em qualquer disco do MC5. O álbum termina com "Bean Stew", uma faixa escondida que aparece depois de 7 minutos de silêncio para depois mais 7 minutos de pura técnica - linhas de baixo, guitarras pesadas e vocais enfurecidos, juntamente com um grande número de mudanças de ritmo e riffs.
A produção do álbum é incrível. O sentimento de vinil está tão presente que, mesmo que você estiver ouvindo um MP3 ou uma gravação de CD, vai ouvir o ruído da agulha se movendo através do registro, assim como um zumbido silencioso e pequenas variações de afinação, todos reproduzidos dentro do som, tornando-o ainda mais "vintage". No entanto, a produção dos instrumentos é cristalina e você pode ouvir todas as notas, mais uma vez, assim como em vinil. O único exagero é que os vocais foram feitos com muita distorção, pra dar aquele ar de sujo.
Abaixo você pode ver e escutar iDeath! Recomendo que você ouça do início ao fim sem moderação.
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