Essa frase ficou imortalizada quando um grupo de 04 amigos mentalizavam toda vez que algo bom acontecia com a sua banda. "Para onde vamos? Para o topo Johnny, para o Topo". E foi assim, com essa singela frase que John, Paul, George e Ringo tornaram-se a maior banda de todos os tempos. E olha que isso já acontecia desde que John Lennon tocava seu Skiffle em 1957, isso já tem 55 anos.
Bem, o tempo passou e essa frase ficou guardada em minha memória. Se tem uma coisa que eu me orgulho é dessa frase, e vou explicar para vocês. Como todos sabem, eu sou baixista, fiz parte de algumas bandas do cenário Underground, já fiz uma participação especial com o Edgar Scandurra e o Nasi do Ira, tocando em um clube aqui de nossa região, já abri vários shows de bandas nacionais que por aqui passaram, toquei em vários pubs, bares e casas de show por esse Brasil afora. Mas por ironia do destino, quis ele que eu me afastasse dos palcos (longa história).
Bem, lá pelos idos de 2003, eu tocava com um outro artista (que não mereceu o respeito que devia) chamado Otávio Keulbeck (em outro post vou contar a historinha dele). Mas as coisas não andavam muito bem entre a nossa banda. Primeiro, o guitarrista e vocalista Rodrigo Castellani saiu da banda e, logo em seguida, houve uma confusão (uma briga vai. Estúpida pra falar a verdade) entre eu, o Otávio e Marcello Tomasi (baterista). E agora? o que iríamos fazer? Já sei. Vamos montar uma banda com os remanescentes da banda do Otávio, a Sonora, e vamos montar uma banda mais legal, pra tocar só o que a gente gosta mesmo. Meio óbvio.
Beleza, já tínhamos 03 integrantes (eu, Marcello e Rodrigo). E aí, o Digão apareceu com o João Pedro, um cara emblemático. Pronto, estava montada a Os Radiofônicos. E, logo no primeiro show, 28 músicas, cover de bandas que nós curtíamos naquele momento, entre eles Beatles. E duas situações. Primeira: O João Pedro tomou um porre intergalático e, logo na segunda música sumiu e reapareceu no final do show, para as últimas músicas. Segunda: Depois do trágico primeiro show, a primeira bomba. O Otávio ligou dizendo que tinha registrado o nome Radiofônicos para seu próximo CD. Para que não desse mais confusão, o que iriamos fazer? Simples. Já que nós gostávamos pra caralho de Radiohead e Stereophonics, por que não juntar os dois num nome só? E assim surgia a RADIOPHONICS.
Todos os finais de semana estávamos tocando, aqui no Paraná (interior), Santa Catarina. Era muita festa, muito bar. Até que, em meados de 2005 por aí, nós fomos tocar em Curitiba, numa casa chamada Empório São Francisco. Nessa época, nós já estávamos com composições próprias e uma delas em especial, chamada Eulália estava ganhando uma proporção, estava na boca da galera já. E, como sempre fomos independentes, resolvemos gravar a música num estúdio por aqui, numa tarde fizemos toda ela. A gravação não era lá grandes coisas, mas ficou muito bacana. Ainda, independentemente, fizemos um clipe para essa música. Detalhe. COM UMA MÁQUINA DIGITAL. Fizemos até 02 shows beneficentes onde arrecadamos vários quilos de alimentos e doamos para instituições de caridade. O intuito era mesmo divulgar o clipe e a música. E em Curitiba ia ser a prova de fogo. E foi. E deu certo. E, mesmo sem conhecer a banda, a galera que estava lá tentava cantarolar o refrão da música. Massa pra caralho.
Mas ai, depois que voltamos, a banda acabou. O Digão foi morar em Curitiba e nós ficamos offline um tempo. Breve. Porque eu e Marcello retomamos uma antiga banda dele, a Tubo de Ensaio. Nesse período, continuávamos a fazer shows todo final de semana. Tubo de Ensaio com Marcello e Brod da Radiophonics. Era tudo que precisávamos para nos manter na ativa. E assim o tempo passou, até que, em um evento no Aeroclube de Francisco Beltrão/PR, encontramos o Digão, que tinha voltado. Chamamos ele pra tocar. E aquela chama se reacendeu por completo. A Radiophonics estava de volta, agora com um novo integrante. Everton Mendes, o Jabuti.
Aí a coisa foi ficando mais séria. Muitos shows, inclusive em São Paulo, em algumas casas muito legais. Um show em especial ficou marcado pra sempre em nossa memória. O show no NA MATA CAFÉ, para o técnico de som e UMA, isso mesmo, UMA pessoa, um cidadão que estava completamente alucinado (era uma segunda-feira) e gritava TOCA MILTON NASCIMENTO, TOCA MILTON NASCIMENTO. Este show foi gravado e deu pra nós termos uma noção em como a banda soava em uma aparelhagem mais profissional. Deu pra ter uma boa noção de timbres e tudo o mais. Show de Bola.
Nesse tempo, nós também fomos tocar em Curitiba, como banda residente de uma casa chamada SHERIDAN'S IRISH PUB, o bar mais irlandês de Curitiba e do país. Toda vez que nós chegávamos era "opa, estão chegando os Beatles brasileiro". E nós éramos mesmo. Em sonoridade, em bom gosto, em nosso modo de se vestir. E todos nós curtíamos de mais a banda. Ainda curtimos.
Mas a coisa foi ficando complicada demais pra mim, e tive que sair da banda. Foi duro, mas tive que escolher. Meu penúltimo show com a banda foi no festival Kaiser Sound, onde ficamos em 2º lugar. Tocamos Ela me Faz Pirar, outra música que não me lembro e Oh! Darling, que eu acho que fez os jurados nos escolherem. Aliás eu quero abrir um parênteses aqui. O Digão É o MAIOR e MELHOR vocalista deste país. É e ponto final.
Aí a banda teve outras formações, depois saiu o Marcello, depois o Jabuti. Hoje eles são Digão, Rômulo (batera), Vinícius (Guitarra e Voz) e Alex (baixo). Mais um detalhe. A combinação de vocais de Digão e Vinícius É DO CARALHO. Vinícius tem um timbre de voz muito suave, canta demais. A banda toda está afiada.
Recentemente eles lançaram um clipe para Ela Me Faz Pirar, já gravaram em São Paulo e estão na ativa, tocando por muitos lugares. E eu tenho certeza que um dia, eu ainda vou ter muito orgulho de vê-los como uma das principais bandas deste país. Pois eles merecem.
To The Top Johnny, To The Top.
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