sexta-feira, 7 de junho de 2013

Bandas Obscuras: Pan (1970)


Desde que comecei o blog, sempre fui um pesquisador de bandas. Mesmo antes, quando o Aumenta era um programa de rádio, foi um celeiro para descoberta de um sem número de bandas, as quais o pessoal que ouvia, ficava sempre intrigado, querendo saber mais sobre a história desta ou daquela banda e incentivando o ouvinte (agora o leitor), a pesquisar mais sobre os estilos, bandas parecidas, etc.

Eis que agora, descubro uma raridade que bem pouca gente conhece. Originária da Dinamarca, vamos falar sobre a banda PAN. Pan foi uma banda de rock progressivo, puxada para o Blues com pitadas psicodélicas e tinha como líder o francês Robert Lelièvre. Robert Jean Francis Lelièvre nasceu em Le Bourg-d'Oisans, Isère, França, em 1º de outubro de 1942. Em janeiro de 1962, após três meses de serviço militar, ele desertou do exército francês e fugiu do país.

Primeiramente, ele foi para a Espanha, onde tocou violão em uma jazzband local. Após três anos viajando pela Europa, estabeleceu-se em Copenhaguen, na Dinamarca em 1965. Ali conheceu o cantor dinamarquês e acordeonista Maia Aarskov e o guitarrista e cantor inglês Cy Nicklin, onde montaram o trio Cy, Maia & Robert.


Com esse trio, lançaram em 1966 On The Scene que, além de uma composição de Lelièvre, continha um cover de "A Church Is Burning", de Paul Simon. Em 1967, lançaram "Out Of Our Times", desta vez um trabalho autoral. Divergências internas sobre a direção musical fez com que a banda acabasse em 1967.

Em 1968, lançaram um compacto com Maia Aarskov como o trio Full Limit. Ainda em 1968, recebeu um convite de Paul McCartney para gravar um disco na recém criada Apple Records, que nunca aconteceu. Em 1969 voltou para a Dinamarca onde montou a banda High Crossfield, junto de seu ex-companheiro Cy Nicklin.

Em outubro do mesmo ano, Lelièvre e Arne Würgler, baixista da High Crossfield, formaram o que viria a se tornar uma das bandas mais notáveis já surgidas na Dinamarca: PAN. Em 1970 lançaram seu álbum homônimo. Todas as canções do disco foram escritas por Lelièvre, sendo que duas são em françês e o restante em inglês. Uma mistura de rock, jazz, blues, folk e até mesmo pitadas de música  clássica. 

Na época de seu lançamento, Pan foi saudado pela imprensa dinamarquesa e o tablóide Dagbladet Information denominou-o "o melhor álbum de rock dinamarquês lançados até agora". Com o tempo, o álbum ganhou status como um dos álbuns clássicos da história do rock dinamarquesa. Ele é listado como o quarto melhor álbum de rock dinamarquês da década de 1970 pelo Politikens Dansk Rock, a enciclopédia do rock dinamarquês.

No entanto, apesar do sucesso no palco e nos meios de comunicação, o debut não teve boa vendagem e a banda desintegrou-se lentamente durante o final do outono de 1970.

Em 1972, o governo francês concedeu anistia para Lelièvre, onde ele voltou para sua terra natal. Apesar da anistia, Lelièvre foi preso. Após sua libertação, Lelièvre voltou a Dinamarca, onde as coisas ficaram ainda mais difíceis. Assombrado por demônios interiores e frustrado com a música, ele tirou a própria vida no dia 26 de agosto de 1973 em Copenhaguen. "Um mundo ignorante perdeu um dos compositores mais talentosos de sua geração", escreveu o norueguês Dag Erick Asbjornsen 30 anos mais tarde em seu livro Scented Gardens Of Mind:  A Comprehensive Guide To The Golden Era Of Progressive Rock (1968-1980).

Deixo vocês com a belíssima "Land Of The Sand", que tem um solo de guitarra muito bonito e é uma sonzeira.


Um comentário:

  1. Ótimo texto para uma ótima canção.Muito legal mesmo esse PAN. Aliás, aumentei o volume aqui.Abração CAPIXABA.

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