quinta-feira, 16 de maio de 2013

A Donzela de Ferro e a História: Somewhere In Time (1986)

1986, ano do desastre nuclear em Chernobil na Ucrânia e lançamento do premiado filme Platoon. No Brasil é criado o Plano Cruzado.

Na música, o Metallica lança Master Of Puppets e o Slayer lança Reign In Blood!!!!! E o Iron Maiden começa a ter um novo direcionamento em sua carreira, lançando Somewhere In Time, seu sexto álbum de estúdio.



1986 - Somewhere In Time

Caught Somewhere In Time abre o disco já mostrando a Donzela com uma sonoridade diferente dos discos anteriores. Este som descreve alguém, como do diabo, tentando convencer outra pessoa a trocar sua alma por algo que não dá muito para saber (vida eterna?).

Argumenta-se que a música é inspirara no filme de 1979, Time After Time (Um Século Em 43 Minutos), onde o escritor H. G. Wells inventa uma máquina do tempo e entra nela para perseguir seu amigo que viria a se tornar Jack, O Estripador.

Wasted Years pode ser considerado um dos sons mais "mainstreans" do Maiden, ao lado de Wasting Love. Este som fala sobre não olharmos para trás e vivermos o presente como se fossem os dias dourados, resumindo esta ideia no refrão do som:

"So understand
Don't waste your time always searching for those wastede years
Face up... make your stand
And realize you're living in the golden years"


O clipe mostra várias fotos da banda na turnê Worls Slavery Tour e até antes disso. Mostra também várias fotos de Eddie em suas várias fases, desde o começo da banda. É como se fosse um resumo de tudo que eles viveram até então.


Assim como no som anterior, Sea Of Madness (ambas de Adrian Smith), narra outro estado mental. Fala do sofrimento do mundo, da miséria do povo (o tal mar de loucura) e que às vezes o melhor a fazer é virar as costas e ir embora, mesmo com o coração pesado.

A espetacular Heaven Can Wait segue, descrevendo a experiência de quase morte: sensação de ver o próprio corpo e te a alma sugada par aoutro lugar, onde há luzes e pessoas observando, mas tudo que ele deseja é continuar aqui na Terra. No fim, ele não sabe se renasceu, morreu, ou vai acordar de um sonho.

Near Death Experience (experiência de quase-morte) é quando alguém perto da morte ou sofrendo de algum trauma ou doença que possa levar a ela, percebe eventos que parecem ser impossíveis, não usuais ou sobrenaturais (HSW).


Característica de EQM (as mais comuns, mas nem sempre presentes): sensações de tranquilidade, luz radiante, pura e intensa, experiências fora do corpo, entrando em outra realidade ou dimensão, visão e/ou comunicação com seres espirituais, o túnel e revisão da vida (tipo aquela sensação de que sua vida inteira passou como um flash diante de seus olhos).

A maioria das pessoas classificam a experiência como sobrenatural (pessoas religiosas principalmente). A ciência não tem uma resposta comprovada ao assunto mas..... não é porque não consegue explicar (neste momento), que torna valida as teorias sobrenaturais (mesmo porque, não há como testar algumas variáveis).

O Globo Repórter falou sobre isso. Sobrenatural, fenômeno psicológico? Quem sabe?

The Loneliness Of The Long Distance Runner é baseada na história de Alan Sillitoe, que tornou-se um filme em 1962. O filme fala de um jovem que é preso depois de roubar uma padaria. Ele fica em uma prisão para jovens delinquentes e, para se distrair, ele passa o tempo correndo. Descobrem seu talento como corredor e oferecem a ele um meio de sair da prisão (e promover o nome da instituição); vencer uma importante corrida cross-country contra alunos da escola pública.


Spoiler: Se você for ver o filme ou ler o livro saiba que, perto de vencer a corrida, o garoto pára no caminho. Ele não aceita vencer uma corrida por aqueles que o prenderam! Ele se ferra depois, mas que tem firmeza, isso tem! (Veja um trecho do filme).

Stranger In A Strange Land não fala sobre o romance de mesmo nome do escritor americano Robert A. Heinlen (1907-1988), lançado em 1961, onde conta a história de um humano que é criado pelos habitantes do planeta marte e, quando adulto, vem para o planeta Terra.

A letra de Adrian Smith fala sobre uma conversa que ele teve com um explorador, que achou o corpo de um homem congelado há muitos anos no polo norte. [Eu não ficaria surpreso que ele tenha lido o livro e tivesse relacionado as coisas].

Deja Vu fala sobre... Bem, sobre Déjà Vu! Aquela estranha sensação de já termos vivido uma mesma situação antes (Feel like i've been before).

Déjà Vu vem do francês e significa "já visto". Recomendamos a leitura do linda Superinteressante, How Stuff Works ou ainda que assistam Michio Kaku falando sobre isso (em inglês).

E, pra terminar o disco em alto estilo, Alexander The Great (Alexandre Magno, Alexandre O Grande), o rei da Macedônia e de um bom pedaço do mundo.

"My son, ask for thyself another Kingdom, for that wich I leave is too small for thee"
(Meu filho, consiga para você um outro reino, pois este que eu deixo é pequeno demais pra você"

King Philip Of Macedonia


Seu tutor foi nada mais, nada menos, que Aristóteles. Era filho de Filipe II que conquistou a Grécia, depois de as cidades Estados gregas (como Atenas, Esparta, Tebas e Micenas) se acabarem em guerras.

Foi o segundo maior conquistador de terras do mundo. "Perdeu apenas" para Genghis Khan). Alexandre nasceu em 356 AC e morreu de febre na Babilônia em 323 AC. Conquistou um território de 5.466.200 km2.

A música tem um probleminha histórico. Na letra de Steve Harris, consta que o exército de Alexandre não o seguiu até a Índia, pois estavam cansado. Mas o exército de Alexandre o seguiu sim. Eles tiveram que retirar-se pois viram que vencer os indianos não seria possível. Neste link aqui, um documentário no History Channel sobre a visão (fracassada) de Alexandre à Índia.

Mas isto não diminuiu a música, nem um pouco.

Abaixo, o álbum na íntegra, com as faixas bônus, lançado em 1995.


Iron Maiden - Somewhere In Time (1986)

01. Caught Somewhere In Time
02. Wasted Years
03. Sea Of Madness
04. Heaven Can Wait
05. The Loneliness Of The Long Distance Runner
06. Stranger In A Strange Land
07. Deja Vu
08. Alexander The Great

Formação
Bruce Dickinson - Vocais
Steve Harris - Baixo e Backing Vocals
Dave Murray - Guitarra
Adrian Smith - Guitarra e Backing Vocals
Nicko McBrain - Bateria

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